sexta-feira, 21 de maio de 2010

SOU O QUE SOU


ASSOCIAÇÃO AMANARI
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
PARA QUE O FUTURO SEJA REGADO PELAS ÁGUAS DAS CHUVAS
CULTURA – MEIO AMBIENTE – ECOLOGIA - CIDADANIA
Rua Benedito Gonçalves dos Santos, 106 – 12.281-390 - Vila São João – Tel. (12) 3652-6537 – Caçapava/SP
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SOU O QUE SOU PARA QUE TODOS SEJAM O QUE SÃO

Não me vejo mais caminhando nessa estrada por onde caminha a maioria. Minha alma foi marcada pela realidade dos fatos. Meus sonhos, continuam a povoar o meu sono e no dia a dia, são como peças de quebra-cabeças, unindo-se e formando o que minhas ações permitem. A crença da infância sofreu mutações generalizadas. O mundo rosa, tingiu-se de escarlate, transformando os oceanos de águas azuis em depósito de sangue inocente. A origem da vida, em um espaldar de conceitos monoteístas, ou quiçá, politeítas, saiu do casulo e alçou vôo além das montanhas da ignorância. No céu da liberdade, em plena concepção formal, minha alma estabeleceu uma linguagem própria, diferente, rasgando as mordaças que outrora a impediam de falar. Os passos são firmes e não tocam mais os terrenos lamacentos e pegajosos. Não há multidões caminhando ao meu lado. E não há solidão. Nem ranger de dentes. Nem ameaças de fogo de inferno. Estou onde sempre desejei estar. Em mim. Não há bênçãos nem condenações. Meu coração pulsa no pulsar da natureza casta e ao mesmo tempo estuprada. Sou filho do intemporal e dos mistérios que envolvem essa casta sublimada de seres legítimos e livres. Não canto nas soleiras das portas fechadas e nem dos cubículos erguidos por mãos humanas. Não me fecho em templos de tijolos e pedras, madeiras e mármores, ouro e prata, cujos castiçais e cálices são lavados pelas lágrimas dos súditos escravizados e vilipendiados. Estou na nuvem que passa, na tempestade que chega, na neblina que umidifica o ar, no brilho das estrelas, no pio da águia soberana e altiva, na simplicidade de um caracol. Aprendi no amor, que o amor, pelo amor, é o mesmo que a vida pela vida, na vida e com vida. Na placenta divina que me sustentou, antes do meu despertar, não haviam ordens estabelecidas e ingratas, mentirosas e falsas, assim resolvi nascer. Não me confesso diante de nenhum confessor, sou o que sou para que todos sejam o que são, diante das possibilidades que afirmam e apontam para um dizer único e responsável, questionável, o que sou, quem sou? Não há condenações, nem prisões diante do que resolvi abraçar. Se o continuísmo ainda oblitera na faixa das vibrações carnais, não há motivos para que eu não possa vibrar em órbita de tudo o que está estabelecido. É onde estou. É onde quero ficar.

CARLOS ROBERTO VENTURA
Presidente Interino

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